terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Com amor, Janis



Devo admitir que a primeira vez que vi Janis fiquei simplesmente chocada. Já tinha contato com algumas bandas de rock, mas a voz rasgante, a presença, a força dela, me deixaram assustada.

Felizmente, logo me apaixonei por Jim Morrison. Peguei emprestado com um amigo um cd com clipes do Doors, que também tinha algumas músicas de Janis. Eu sempre pulava. Só Jim me interessava.

Acontece que um dia não voltei ao quarto rápido o suficiente para tirar a música. Foi quando começou a tocar Piece of my heart, e fiquei encantada. Agora eu conseguia entender o que era bom de verdade.

Daí pra cá, foi só aprendizagem. Cada vez que ouço a voz dela uma torrente de emoções toma conta de mim, em todos os sentidos. Sua música é uma viagem pelo espírito, é sincera e esplêndida.

Sou apaixonada por música e por livros. Cultura, no geral. Vi a biografia, escrita pela irmã, Laura Joplin, e fiquei louca pelo livro. Eu ia à livraria todos os dias vê-lo, olhar as fotos, pegar uma partinha aqui, outra ali (minha mãe não é muito chegada em financiar minhas manias). Eu e o Felipe costumamos ir muito ver livros juntos. Mostrei a ele. Acho que ele viu o brilho nos meus olhos. Me deu de presente.



A escrita de Laura não é extremamente interessante. O que é gostoso é ver o amor incondicional que ela e sua família sentiam, e a necessidade de esclarecer fatos, contar histórias, para que as pessoas não vissem nela apenas uma mulher no palco, mas sim um ser humano sensível, confuso, porém, com coragem para enfrentar os preconceitos da época, viver a vida do jeito que ela realmente achava que deveria viver.

Nos anos 60 a segregação racial era imensa. Porém, Janis nunca foi a favor disso. Sempre soube que éramos todos iguais. Eu já a admirava. Depois disso, ainda mais.

Infelizmente, a idéia de liberdade, de luta contra a sociedade naquela época, era seguida de perto por fatores nocivos, como as drogas e o álcool, e o seu espírito auto-destrutivo fez com que as coisas acontecessem do jeito que aconteceram.

Outra coisa interessante no livro é que, apesar de ser a irmã, Laura não escondeu fatos que poderiam 'manchar' a imagem da cantora. Pode ter sido pessoal em alguns pontos, mas com certeza se percebe a intenção de ser fiel aos acontecimentos.

Foi maravilhoso saber um pouco mais sobre ela. E ter dado um fora no meu Jim... uma puta coragem! Ahhh se fosse eu no lugar dela, não pensaria duas vezes!

Foi um presente de natal maravilhoso! Pra quem gosta de Janis tanto quanto eu, o livro vale a pena!